1/16/2006

vivera numa aldeia argentina,

meio escondido, meio apenas miserável.
um dia levaram-no para uma cadeia no meio do mato. não teve tempo nem de avisar a mãe.


donald verger

nunca lhe disseram o porquê. perguntas. só perguntas. de muitas ele nem sequer sabia o significado.

não havia mais presos. se os havia estariam bem escondidos. não falou.

falava agora por ele o corpo queimado a ferro em braza. todo o corpo.

escrevera um livro com as fotos da tortura. estava ali para o vender.

Henri Cartier-Bresson.


- só trouxe um exemplar, recebo encomendas e os guerrelheiros de cá farão a entrega. este dou-lho no fim, se o quiser...

- claro que quero, obrigada.


Gabriel Figueroa


conseguira fugir. a magreza ajudara. recolheram-no umas freiras que lhe trataram os ferimentos. todos?

lá freiras deixaram os espanhóis aos montes pelo país...

saiu tarde do restaurante. ele era conhecido e os jovens também.
no mosteiro, a irmã porteira não gostou de ter de abrir a porta. eram desagradáveis quase todas. receberam a contragosto o festival de teatro mas ali, o governo ainda mandava mais.

os colegas fantasiaram encontros românticos. já era de costume. habituou-se a não os desmentir.

Roger N. Clark

nessa manhã, vira um cabrito montês. contou. ironizaram.

gente de só acreditar no que parece convir à imagem que constuiram de alguém.

mas a isso era Maria indiferente. nesse tempo.

2 Comentários:

Blogger wind disse...

Finalmente alguém que escreve sobre as torturas!

janeiro 16, 2006 1:28 da tarde  
Blogger Nkhululeko disse...

Entrei por acaso. Encantado. Muitos parabéns.

janeiro 16, 2006 1:45 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

Isto Não É Um Diário.

----------