Obrigada Amigo, pela arte e a coerência.
Só ouve o brado da terra
Quem dentro dela
Veio a nascer
Agora é que pinta o bago
Agora é qu'isto
vai aquecer
Cala-te ó clarim da morte
Que a tua sorte
Não hei-de eu querer
Mal haja a noite assassina
E quem domina
Sem nos vencer
Cobrem-se os campos de gelo
Já não se ouve
O galo cantor
Andam os lobos à solta
Pega no teu
Cajado, pastor
Homem de costas vergadas
De unhas cravadas
Na pele a arder
É minha a tua canseira
Mas há quem queira
Ver-te sofrer
Anda ver o Deus banqueiro
Que engana à hora e
que rouba ao mês
Há milhões no mundo inteiro
O galinheiro é de
dois ou três.
José Afonso
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