nada no dia iria ser diferente.

também não gostava de café. sem açucar parecia veneno, com açucar, uma espécie de xarope antigo. tomava-o só pela cafeína, já de cigarro aceso.
- está um sol de fazer doer os olhos a qualquer toupeira. é assim que me sinto, mas em casa não fico, a primavera é para celebrar.
hoje acordei ridícula. celebrar a primavera cercada de caixotes, de gigantescos caixotes, onde nem parece viver gente. não terão nada mais para me tirar? a minha opinião nunca contou.

- ainda aí estás? não tinhas de sair? vais deixar o homem especado à espera? olha que ele não é nenhum miúdo já, como eram os outros, pode-se fartar...
- vou já. ainda há tempo. também se se fartar que vá. aí está uma coisa boa para me tirar o sono que não tenho!
- julgas que vais ser sempre nova, é?
está morta por acasalar-me de vez. ao tempo que isto dura! não tem mesmo imaginação para mais. discutir para quê? nunca houve diálogo possível...
- quem dera que a ele lhe apeteça ir até ao campo. tenho sede de papoilas e trigais.

- como se a vida fosse isso. devias ter andado na monda para ver se tinhas saudades...
saiu. era pior o discurso patético, repetido anos a fio, que qualquer acimentada arquitectura.
- até logo mãe. não sei a que horas venho mas não se preocupe. eu telefono se não vier jantar.
ia contar-lhe que ele queria casar, a todo o custo, mas para quê? ela iria aplaudir...
5 Comentários:
Como gosto de ler-te... imagens de uma vida, que merecer ser vivida...com muito Amor...
Deixo um abraço e boa semana :)
Continuo empolgada nas tuas vidas de papel...Admiro a tua veia para a ficção...!
Bjinho
Tou Gostando Bastante
beijocas
Aquele dia-a-dia que mata mas tem de ser, gosto muito de lte ler, mas isso tu ja sabias. ;)
depois do intervalo ...
velocidade cruzeiro.
continuando a ler...
:)
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