caíram-me do colo papéis soltos. leio-os sem entender.
cobre-me a mágoa como manto de água
o mundo gira apesar de mim
queria pará-lo, deflagrar o caos.
tudo é preferível a viver assim.
escrevo solto sem jeito, sem saber algum. escrevo por vício já, como uma máquina que ficou ligada e não sabe parar-se.
quem era eu na hora em que te vi? ainda-não-mulher, punho fechado. esguia forma de fumo de cigarro.
bastou-nos um olhar, que doce afago. e a certeza de seres a certa gente entrou em mim e não me deixou mais.
amar-te foi instante e eternidade. maldita ordenação da sociedade.
8 Comentários:
Para quem conseguiu guardar as recordações escritas em seus cadernos mais dolorosa é por vezes a lembrança, mais viva a memória.
Beijos
Do desejo do caos ao automatismo que leva à ordem passando pela interrogação "Quem era eu na hora que te vi?" - como ao olhar um espelho não houvesse o reconhecimento do ser reflectido!
não entendes!
eu já ordenei estes belos papéis.
começam a fazer algum sentido.
:)
bjks
e
bfds
Querida Maria
Ordenação da sociedade... amor ordenado... leios-os sem entender...
Um beijo
Daniel
Ao som de Maria, cujo original creio é de Nat King Cole, li e reli o que escreves. Faço-o com o prazer dos simples e com o deleite dos que aqui buscam cura para a amargura.
Não terás nunca a noção do que representa para mim o que escreves, o que me toca e o que me diz respeito.
Só uma alma sofrida, gémea no desencanto...breve, muito breve aflorará a amargura que calo fundo.
A vela continua acesa e enquanto assim estiver passarei por lá…sempre na ronda da noite.
Beijo terno e bom fim-de-semana.
: Bjs
BFS
Escrita bonita. Vou voltar.
... entendendo ou não, sempre é bom escrever... às vezes a memória falha...
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