12/26/2005

- não posso, minha querida, não posso

basta ver esse teu olhar confiante para não conseguir. não me perdoaria.

pure by sophie thouvenin

e assim me mantiveste, como querias, pura. e eu perdoei-te?

não. não nesse tempo. não entendi. não quis, não consegui.

cheguei a ser cruel. falei de outros amores. outros amores?! tive-os alguma vez?

querias que estivesse entre a minha geração e obedeci. obedecer... palavra cáustica em boca minha e tu sabias.


nostalgia de Pedro Moreira

o teu silêncio o teu fitar as águas sem me olhar. mas eu não despegava os olhos do teu rosto. tinha raiva de ti, não tinha pena.

- foi você que quis que fosse assim. agora está livre de problemas, acabou o tabu.

e como vai de amantes novas?

- cala-te, por favor.

num murmúrio dorido. e no entanto eu sabia, sentia que as havia e tinha um ciúme de fazer sofrer a pedra mais antiga.

- é com ela, não é? a advogada actriz?

respondeu-me o ruído do mar enquanto olhávamos o bugio, esperando. esperando o quê? que nos prendia ainda um ao outro nesse tempo? que força nos impedia de terminar de vez os encontros a sós?

já ninguém perguntava aonde eu ia. não tinha de mentir. nunca gostei.

tantas horas de espera. por mim. tuas. porquê amor perdido? porquê? diz!


at Cepolina

vou contar-te uma coisa, só a ti. sabes o que aprendi? que até as pedras choram.

1 Comentários:

Blogger L disse...

"Advogada actriz"? Será a Odete Santos? :)

dezembro 28, 2005 1:00 da manhã  

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