enquanto me envolvo nesta mistura
de gentes e culturas, sinto a frase de aviso ou raiva deixada por um chefe índio antes da morte : a coca fortalecerá o nosso povo e destruirá o homem branco.
deviam tê-lo ouvido, preferiram matá-lo. é assim ainda hoje com as vozes incómodas: silenciam-nas. mesmo em democracia.
ele há tanta maneira de cozinhar bacalhau!
no meu país há o salazar. nos países democráticos há as palavras: compra, compromisso, perseguição mascarada e por aí...
ah, o ser humano ainda me surpreende.
os antigos mascavam folha de coca. dava-lhes energia para as longas subidas pelos andes. vieram os químicos e tornaram aditivo e impuro, um gesto até aí, igual ao de tomar café ou chá, um simples estimulante, afinal.
dinheiro a empurrar para a morte.
o homem branco... onde a sabedoria?
boy in middle of coca field at posibilidad.org.Columbia
eles têm os campos. se os nossos homens não trabalharem lá, de que é que a gente vive, menina?
a pergunta, sem resposta aparente, num castelhano bonito, cantado, falado com gestos ondulados das mãos cansadas.
tanta pobreza em volta. é melhor eu calar.
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