já o filho dorme.
só vivo no palco.
o resto é vazio.
o quarto vazio. a cama vazia. o corpo vazio.
já não sei de mim.
aquele menino tem os olhos tristes como eu sempre tive. sei bem como é. e sei que os não tinha quando eu parti.
tem medo. tem medos. os meus e uns novos, que já lhe inventaram no espaço de tempo em que fui e vim.
eu nem quero o palco. como lá subi?
a dizer poesia. aí sim, com gosto. tudo o resto foi tão rápido e forte que nem percebi.
a peça que fiz com raiva de ti. - mentira, com raiva de tudo em redor. dos dominadores dos prepotentes dos monstros que regem o mundo.
tenho de descer. sair de mansinho. voltar a ser gente de sentir real. como o vou fazer?
por onde começo?
o meu corpo freme. o meu corpo teme. o meu corpo dói.
primeiro sacio-o. depois se verá.
e por fim, dormiu. um sono sem sonhos. decidida já.
3 Comentários:
Maria
A vida prega-nos rasteiras mesmos nos contos.
Beijocas grandes
se não tivesse a boca aberta, era um beijo que deixava. dá-me um abraço.
(sei que não passo por aqui assiduamente, e quando o faço tenho tudo por ler. o comentário vai portanto para além deste texto. vai para ti.)
Um Abraço!
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