chego do lado do vento.
venho com os olhos cansados de tanto pó, tanta cor e tanta, mas tanta fome.
eu sei, ninguém me chamou. mas tomei eu por destino não ter terra, ter o mundo. não ter onde regressar. vou e paro aonde posso, apenas para descansar.
sou nómada, nasci assim e sem sequer poder dizer a que tribo pertenci , num tal remoto passado.
desta vez foi o meu gato que se eriçou de alegria ao passar nessa cidade onde o rio é mais azul.
faço-lhe sempre a vontade. como não seria assim se somos dois vagabundos matando a sede com mundos?
vou parar, beber um chá. a seguir dormir, numa cama que iremos escolher macia.
depois? depois se verá. - amanhã é outro dia.
(continua)
9 Comentários:
Olá minha cara amiga,
Voltei depois de uma ausência em trabalho...que saudades de te ler, e o exercício que é tentar adivinhar-te a alma no teu escrever magoado, revoltado, mas essencialmente belo…humano.
Vou alentejanar-me que aqui pela capital está tudo visto.
Beijos
Beios Manel. Cuidado com a estrada.
:)
Beijos
eu e as gralhas!
Um bom fim de semana. Desculpa ser assim mas acho que bloqueei...
Beijos
Achei fantástico este blog. Parabéns. Tanto as palavras como a imagem e o som me agradaram.
Beijinhos
Teresa David
Começo espectacular!
Pos este ínicio promete
Gostei muito
:)
Há uma lenda que diz haver pessoas a quem o deserto deixa enamoradas e que mais tarde ou mais cedo serão chamadas a vaguear no seu espaço, nos seus areais. Com espelhos partidos farão desenhos no chão: rios, jardins, hortas, arvoredos, que reflectem o sol e provocam o deslumbramento.
Um dia dos espelhos correrá água, em volta da água crescerão jardins, laranjais, tamareiras, haverá sustento e sombra. Porque comer areia é sobretudo fome. As aves poisarão naquelas árvores. O gato pode beber água do rio.
As crianças com raminhos desenham simbolos no chão onde um mundo futuro nascerá.
Aqui está a minha reacção ao teu post!
Beijinhos
Meto.-me cpom Poetas recebo... Poesia.
Obrigada André! Bjs. :)
Obrigada a todos. :)
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