3/10/2006

aves da manhã

Gunnsi

sejam as aves da manhã a despertar-me
não quero mais cidades fumarentas de bafos
e automóveis poluentes, rostos sem paz das gentes.

recorro à minha infância e redescubro o essencial
que aqui me falta, quase até ao sufoco de mim
é fuga, eu sei.
mas temos o direito de fugir daquilo que nos mata
lentamente.

cada um interprete como entenda o meu fugir.
eu quero de novo as aves sobre as àrvores
a erguer-se à hora da saída para a escola e
a saudar-me.

oh, manhãs frescas do passado a aliviar-me
do abafado cansaço dos despertares de agora!

sou menina de novo. o ar sabe a lavado
as aves da manhã começam a cantar
e eu saio a correr de bata ao vento.

5 Comentários:

Blogger José Pires F. disse...

Ai a vontade de fugir… encontrar refúgio em belas recordações de infância.
São momentos… e estes bonitos.
Grande abraço

março 10, 2006 1:44 da tarde  
Blogger Era uma vez um Girassol disse...

Viagem saudável...Que frescura!
Gostei imenso!
Bjs

março 10, 2006 2:35 da tarde  
Blogger Vanda disse...

Conheci hoje um pedacinho do teu blog e gostei muito...

Sábia essa viagem dentro de nós e do tempo...curte :)

Van

março 10, 2006 7:39 da tarde  
Blogger Andre_Ferreira disse...

E eu aqui no campo com saudades de visitar uma cidade! E hei-de ir brevemente, só tenho que esperar que os rouxinóis cheguem.
beijinhos do campo

março 10, 2006 8:38 da tarde  
Blogger batista filho disse...

"aves da manhã"... na noite que se insinua...
:)
Pra lá do significado o encanto dos teus versos.
Uma beijoca.

março 12, 2006 11:50 da manhã  

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