12/19/2005

as mãos não se soltaram tão depressa como deveriam

tocavam-se pelos dedos, já distantes.

- adeus. não esqueça o prometido.

- não. eu prometi-te a ti. adeus.

no caminho assaltada por uma estranha angústia perguntava, a quem?

- porque lhe disse adeus? nunca dissemos. era sempre até logo, a despedida.

- disseste porque sim. que parvoíce.

não discutiu. com ela não valeria a pena. nunca valeu a pena, nada.


christoph gamper


a noite insone, ou quase. imagens sobrepostas. âncora a soltar-se do fundo, barco invisível. nevoeiro. silêncio. o rio. o rio azul. depois a onda, o mar.

Katrin Adam

o actor que se erguia do leito para o palco. palmas, muitas palmas. sobe e desce de pano de teatro. o público de pé. último acto.

CHRISIKAKIS

manhã cedo, o melro não cantou na árvore em frente à janela do quarto, olhou apenas.

Antje Schulte


ela não o saudou. devia ter cantado. ou era inverno?

em que tempo, em que era, despertara?

Isto Não É Um Diário.

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