a voz incómoda não se quis calar.
fins de semana intensos, clandestinos. poemas e escritos a denunciar que afinal Angola não era mesmo nossa e muito menos dela que trocava, de bom grado, a sua parte por uma cerveja que nem apreciava. viciada era mesmo em água das fontes por onde passavam nos caminhos.
num dos regressos, ao entardecer, sentiu passando a cidade do seu rio, aves pesadas a chamar-lhe o nome. eram pretas mas não eram melros, as aves da alegria.
- desculpem, paro aqui. vou ver o meu amigo.
- não temos tempo, são horas de jantar.
a outra.
- tu, não tens tempo. eu paro. conheço o caminho de volta. vão sem mim. alguma coisa está errada. eu sei.
- e lá começa ela...
não a ouviu. o amigo que conduzia estacionou o carro. ela correu para o amor que já pensara extinto, com força de árvore que se quer separar da raíz que a prende à terra.
Keith Levit
2 Comentários:
Querida VdP
Três belos posts, estás como já estive, em grande produção, numa necessidade de exteriorizar muito para que te doa menos.. digo eu.
(o teu M é o mesmo? continuas a navegar insaciável... se fores quem penso...)
Feliz Natal
Um beijo
Daniel
Obrigada Daniel.
Um beijo para ti. Feliz Natal.
Sou sim, a mesma.
:)
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