12/19/2005

a voz incómoda não se quis calar.

fins de semana intensos, clandestinos. poemas e escritos a denunciar que afinal Angola não era mesmo nossa e muito menos dela que trocava, de bom grado, a sua parte por uma cerveja que nem apreciava. viciada era mesmo em água das fontes por onde passavam nos caminhos.

at Aduaneiros sem fronteiras
num dos regressos, ao entardecer, sentiu passando a cidade do seu rio, aves pesadas a chamar-lhe o nome. eram pretas mas não eram melros, as aves da alegria.

Zachary Folk Photography

- desculpem, paro aqui. vou ver o meu amigo.

- não temos tempo, são horas de jantar.

a outra.

- tu, não tens tempo. eu paro. conheço o caminho de volta. vão sem mim. alguma coisa está errada. eu sei.

- e lá começa ela...

não a ouviu. o amigo que conduzia estacionou o carro. ela correu para o amor que já pensara extinto, com força de árvore que se quer separar da raíz que a prende à terra.


Keith Levit

2 Comentários:

Blogger Daniel Aladiah disse...

Querida VdP
Três belos posts, estás como já estive, em grande produção, numa necessidade de exteriorizar muito para que te doa menos.. digo eu.
(o teu M é o mesmo? continuas a navegar insaciável... se fores quem penso...)
Feliz Natal
Um beijo
Daniel

dezembro 19, 2005 3:46 da tarde  
Blogger paper life disse...

Obrigada Daniel.

Um beijo para ti. Feliz Natal.

Sou sim, a mesma.

:)

dezembro 19, 2005 4:26 da tarde  

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