barco parado na areia
desperta ao apelo das viagens.
Ah, a frescura das manhãs em que se chega,E a palidez das manhãs em que se parte,
Quando as nossas entranhas se arrepanham
E uma vaga sensação parecida com um medo -
O medo ancestral de se afastar e partir,
O misterioso receio ancestral à Chegada e ao Novo -
Encolhe-nos a pele e agonia-nos,
E todo o nosso corpo angustiado sente,
Como se fosse a nossa alma,
Uma inexplicável vontade de poder sentir isto doutra maneira:
Uma saudade a qualquer coisa,
Uma perturbação de afeições a que vaga pátria?
A que costa? a que navio? a que cais?
Que se adoece em nós o pensamento,
E só fica um grande vácuo dentro de nós,
Uma oca saciedade de minutos marítimos,
E uma ansiedade vaga que seria tédio ou dor
Se soubesse como sê-lo...
..............
Soa no acaso do rio um apito, só um.
Treme já todo o chão do meu psiquismo.
Acelera-se cada vez mais o volante dentro de mim.
Pascal Renoux
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Chamam por mim as águas,
Chamam por mim os mares,
Chamam por mim, levantando uma voz corpórea, os longes,
As épocas marítimas todas sentidas no passado, a chamar.
Farewell Eyes By Asya Schween
único olhar e adeus para o filho, a quem sempre, sempre irá voltar.
(fragmentos de ode marítima - Álvaro de Campos)
3 Comentários:
Lindo como sempre!
Enviei-te um mail com um HELP!
Bjs
Se entrares pelo link ao lado, Girassol encontras o teu blog inteirinho :)
Bjs
Vou mandar mail
É bom estar sempre desperta ao apelo das viagens. Um dia embarcamos sei lá para que cais... :)
Beijinhos e bom fim de semana
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