12/15/2005

Céu - o poema que os uniu. ( em off)


Commander John Bortniak


Tenho uma sede imensa mas não é de água
tenho uma sede imensa de beber
os soluços do sol quando declina
as carícias azuis do luar de agosto
os tons rosa da tarde que se fina

É que eu seria poeta se os bebesse
não mais seria o cego de olhos limpos
esse que viu a água e a não tocou
pelo estranho pudor da sua boca que um dia blasfemou

Se bebesse esses longes de mim que vejo e quero
em espasmos havia de os mudar
e num desejo nunca satisfeito iria possuir-te, ó Mar!

Havia de cair num beijo sobre ti
despir as minhas vestes de serrano
tirar de mim aquilo que é humano
e confundir-me em ti.

Gritem depois embora que morri
alegre o mundo a alívio do meu peso
que um dia o sol há-de surgir mais cedo
e o bom Menino de olhos azuis de quem sou fraco arremedo
há.de nascer ó Mar, da nossa noite de amor.

E tu, Menina que eu chamava
Menina que eu chamava e encontrei
mas abrasada de um Amor divino
tu hás-de ver que o céu que idializas
é o olhar azul desse Menino.


Sebastião da Gama



(citado de memória pelo que
a disposição gráfica pode não ser a exacta)

3 Comentários:

Blogger aDesenhar disse...

bom dia :)

...Tenho uma sede imensa mas não é de água
tenho uma sede imensa de beber
os soluços do sol quando declina
as carícias azuis do luar de agosto
os tons rosa da tarde que se fina...

depois de ler este belo poema de Sebastião da Gama, fico com a sensação que o teu intervalo foi longo, porque eu já tinha sede de uma boa leitura.

:)
bjks afilhada
:)

dezembro 15, 2005 10:35 da manhã  
Blogger M.P. disse...

Oops! Sinto-me de memória muto fraca!
Deve ter tido um significado marcante para o sabores de cor e salteado.
Não o conhecia e ADOREI lê-lo!
:)**

dezembro 15, 2005 2:28 da tarde  
Blogger Manel do Montado disse...

(...) citado de memória (...)

Clap, clap, clap, Bis, Bis, Bravo.
Beijos e flores

dezembro 18, 2005 5:29 da tarde  

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