3/03/2006

encontrei a minha amiga na cidade

saía da farmácia.
teria sido uma festa noite dentro, tanto o que havia para dizer entre nós, não fora a pressa e ansiedade dela por um estranho que deixara em casa, doente, um padre.

- Maria!

- Sara!


fotosearch


é sempre assim se a amizade é real. tinham passado cinco anos depois da morte da mãe dela. partiu sem avisar e só escreveu de Moçambique.
agora ali estava como se fosse ontem, como se nunca tivesse partido.

- temos de combinar um jantar prolongado. daqueles que viram a noite. tanta coisa! tanto tempo!

tenho um doente em casa. rigorosamente caíu-me nos braços. quando saí para trazer o médico e vir à farmácia estava a delirar. dizia que o zack estava branco. também falava de mulheres nuas a dançar à sua volta.

se estivesse sozinha tinha dado uma gargalhada. eu que sou naturista como sabes, ando por causa dele, toda enfarpelada e ele a sonhar com nús.

- essas coisas só acontecem contigo, como sempre.

- tenho de ir. tens o mesmo telefone?

- sim.

- vou tratar dele e ligo-te mais tarde.

foi. com ela é tudo a 200 à hora, porque o motor não dá mais.

fiquei curiosa, confesso. ela odeava padres quando partiu e eu sabia muito bem porquê. que a tinha feito albergar um? que teria amansado aquela fera amiga?


asahi


- o mar já fez as pazes com a terra.

ele está a dormir. vim só respirar um pouco e pedir-te que me perdoes, mãe. eu não podia deixá-lo lá fora com aquela tempestade... não podia.

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